Origem do acervo:

O acervo de materiais educativos é uma ação do projeto Memória e Produção de Materiais Didático-Culturais na Educação Formal e Não Formal em Ciências Naturais, financiado pela Pró-reitoria de Cultura e Extensão da USP, por meio dos Programa de Editais da PRCEU lançado em 2012 na linha “Intercâmbio de Atividade de Cultura e Extensão”. Estiveram envolvidos neste projeto a Faculdade de Educação da USP, o Núcleo de Apoio a Pesquisa em Inovação em Ensino de Ciências da NAPIEC/USP, o Instituto de Biociências da USP, o Instituto Butantan e o Museu de Astronomia e Ciências Afins/MCTIC. A finalidade do projeto foi organizar, produzir e disseminar acervos históricos e novos materiais didático-culturais na área de educação em ciências naturais desenvolvidas em espaços formais e não formais de educação.  Desse modo, o acervo se constitui como um produto deste projeto, especificamente voltado a disseminação de acervos históricos e de novos materiais educativos, buscando assim apoiar professores e pesquisadores da área de ensino de ciências e demais interessados. Mas porque disponibilizar esses materiais?

Os materiais educativos estão no centro da prática pedagógica e são elementos fundamentais na formação do professor. A história do ensino de ciências é marcada pela produção e utilização de materiais, sejam eles impressos, tridimensionais - na forma de jogos, objetos e kits - ou virtuais. Muitas vezes  a produção destes materiais é justificada pela falta de eficácia do processo de ensino-aprendizagem, e, nessa linha, vários programas curriculares e iniciativas no campo dos museus de ciências foram propostas, nacionalmente e internacionalmente, na busca de minimizar os resultados em grande parte deficientes com relação à compreensão das ideias científicas. Por exemplo, a década de 1960 ficou conhecida na literatura da área de ensino de ciências como a “era dos projetos” por aglutinar a proposição de diversos projetos de ensino em várias partes do mundo como o PSSC (Physical Science Study Commitee), BSCS (Biological Science Curriculum Studies) e o Chem-Study (Chemical Education Material Study), entre outros.

Também nesse período e em momentos posteriores desenvolveram-se iniciativas brasileiras de mudanças curriculares com a produção de materiais diversos voltados à melhoria do ensino de ciências, tanto nos Centros de Ciências existentes em vários estados do país, quanto em grupos de ensino e pesquisa fora e dentro da universidade (Krasilchik, 1987)[i]. Algumas dessas iniciativas foram protagonizadas por docentes da Faculdade de Educação e dos Institutos de Química, Física e Biologia da USP em momentos importantes do Ensino de Ciências, o que acabou por gerar uma série de materiais que até hoje são marcos da história dessa área. 

No âmbito dos museus de ciências, o movimento em torno da alfabetização científica iniciado também nos anos de 1960 em vários países, entre eles o Brasil, promoveu a criação ou reformulação de várias instituições com a finalidade de apresentar as ciências naturais de forma mais motivadora e dinâmica, por meio de suas coleções e de aparatos interativos aos diferentes públicos. Em nosso país, iniciativas como a do Museu Biológico do Instituto Butantan, da Estação Ciência, do Museu de Astronomia e Ciências Afins, entre muitas outras, marcaram a preocupação em apresentar as ciências de forma interativa e lúdica em exposições, mas também por meio da produção de materiais educativos muitas vezes usados em atividades de divulgação científica ou para empréstimo ao público escolar.

Essas experiências de produção de materiais educativos se consolidaram no século XXI e vêm se ampliando a partir da demanda social de acesso à cultura científica pelos cidadãos e do acúmulo de investigações nos campos do ensino de ciências voltados à educação formal e não formal. O projeto que aqui apresentamos buscou reunir as experiências tanto de produção de materiais como de investigação de algumas das principais instituições envolvidas nos movimentos anteriormente citados. A intenção é de que o acervo possa dar acesso a alguns materiais de educação formal e não formal em ciências naturais produzidos por essas entidades à professores e pesquisadores interessados por essa preciosa produção.

Como o acervo é constituído?

O acervo reúne materiais educativos históricos e atuais do ensino de ciências. Foram selecionados, na primeira fase do projeto, materiais cujos autores relacionados à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo/FEUSP, ao Núcleo de Apoio a Pesquisa em Inovação em Ensino de Ciências da USP/NAPIEC/FEUSP, ao Instituto de Biociências da USP, ao Instituto Butantan e ao Museu de Astronomia e Ciências Afins/MCTIC. A seleção foi feita pelos coordenadores do projeto, com a finalidade de evidenciar alguns dos principais itens que marcaram a produção de materiais de ciências em espaços formais e não formais. Sobre eles, são fornecidas informações gerais como dados bibliográficos, uma pequena descrição do material e indicação de onde o mesmo está armazenado. Quando possível, o material foi anexado e pode ser obtido por meio de download direto deste sítio. Alguns deles ainda não foram disponibilizados por razões de direitos autorais, mas poderão ser consultados e obtidos por meio do contato aos organizadores. Optamos por disponibilizar diferentes versões do mesmo material publicadas em diferentes momentos, entendendo que esta informação pode ser relevante para pesquisas e consultas. Pretende-se, em uma segunda fase, atualizar o acervo com novos materiais e, ainda, incluir itens de outras instituições.

FICHA TÉCNICA DO PROJETO